segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Tudo o que é Sólido pode Derreter - Episódio 4


Episódio 4 de Tudo o que é Sólido pode Derreter!

Neste episódio, Thereza está com TPM. Ela começa a questionar a vida no Brasil, através do poema Canção de Exílio, de Gonçalves Dias.

Roteiro de Mariana Bastos e direção do incrível Rafael Gomes.
Não deixem de assistir.
Beijos!

Quer levar minha bagagem... ou não?


Depois de Chá Verde, minha preferida da Tiê. Letra linda demais!

Dois

Tiê

Composição: Tiê e Thiago Pethit

Como dois estranhos,
cada um na sua estrada,
nos deparamos, numa esquina, num lugar comum.
E aí?
Quais são seus planos?
Eu até que tenho vários.
Se me acompanhar, no caminho eu posso te contar.

E mesmo assim, eu queria te perguntar,
se você tem ai contigo alguma coisa pra me dar,
se tem espaço de sobra no seu coração.
Quer levar minha bagagem ou não?

E pelo visto, vou te inserir na minha paisagem
e você vai me ensinar as suas verdades
e se pensar, a gente já queria tudo isso desde o inicio.
De dia, vou me mostrar de longe.
De noite, você verá de perto.
O certo e o incerto, a gente vai saber.
E mesmo assim,
Queria te contar que eu tenho aqui comigo
alguma coisa pra te dar.
Tem espaço de sobra no meu coração.
Eu vou levar sua bagagem e o que mais estiver à mão.


E também, Tiê e Thiago Pethit cantando juntos em um show. Uma graça!


Lealdade


Música linda do Eddie! E a letra nem se fala...
Confesso que acho muito bacana esse projeto do Show Livre, mas a filmagem em si... acho bem estranha. Mas a música está aí!

Beijos!

Lealdade

Eddie

Serei
Serei leal contigo
Quando eu cansar dos teus beijos te digo

E tu também liberdade terás
Pra quando quiseres
Bater a porta
Sem olhar pra trás

Quando os teus ohos
Cansarem dos meus olhos
E o teu sorriso
Cansar da minha voz
Quando o teu corpo
Tiver cansado dos meus braços
Não é preciso haver
Falsidade entre nós

domingo, 29 de novembro de 2009

O Abraço Corporativo, de Ricardo Kauffman


O melhor documentário que assisti nos últimos tempos!
E quando digo isso, ele está competindo com grandes outros documentários... mas de fato, vale ressaltar a genialidade do Ricardo Kauffman em fazer este filme.

O filme é bem feito e não só o filme pelo filme, mas pela concepção da ideia. A partir de um 'personagem', Ary Itnem, ele consegue fazer todo um retrato da mídia no Brasil. E de maneira fantástica, inteligente, contestadora.

O documentário consegue prender a atenção do espectador do início ao fim. O tempo todo você assiste querendo saber quem é aquele cara, o que a empresa dele vende, o que são todos esses abraços? A curiosidade é aguçada o filme todo.

Mas o mais interessante é o momento do filme em que você descobre toda a verdade. Não falarei mais especificamente aqui sobre isto, para o texto não ter spoilers e também porque quero guardar a supresa para que todos assistam, porque garanto que vale a pena!

Enfim, não falarei mais sobre toda a inteligência que este documentário apresenta... o que me fascina neste filme é como ele consegue mostrar que a midia no Brasil trabalha de uma maneira VERGONHOSA. Completamente irresponsável, medíocre.

Genial. Assistam, pessoal! Vale cada minuto do seu dia naquela salinha escura...

Ah, vale lembrar que o filme ganhou o prêmio Menção Honrosa da Competição Novos Diretores - Documentário. Só perdeu o prêmio para o Inferno de Clouzot, de Ruxandra Medrea e Serge Bromberg. Filme excelente, por sinal.

E aqui está o blog do filme: http://abracocorporativo.com.br/blog/


Aproveitem!
Beijos!



sábado, 28 de novembro de 2009

Você não serve pra mim.


Uma das minhas favoritas do Robertão.


sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Mais Mário Quintana.

Eu escrevi um poema triste (A cor do invisível)

Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!

Presença

É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento

das horas ponha um frêmito em teus cabelos...

É preciso que a tua ausência trescale

sutilmente, no ar, a trevo machucado,

as folhas de alecrim desde há muito guardadas

não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janelae respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir

como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista

que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.


Da observação (Espelo Mágico)

Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio...


Trova

Coração que bate-bate...Antes deixes de bater!

Só num relógio é que as horas
Vão passando sem sofrer.


XVII (A rua dos cataventos )

Da vez primeira em que me assassinaram,

Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.
Hoje, dos meu cadáveres eu sou

O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.
Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!

Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arracar a luz sagrada!
Aves da noite! Asas do horror! Voejai!

Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!


Esperança

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano

Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem

Atira-se
E— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...


Inscrição para um portão de cemitério (A cor do invisível)

Na mesma pedra se encontram,
Conforme o povo traduz,
Quando se nasce - uma estrela,
Quando se morre - uma cruz.
Mas quantos que aqui repousam
Hão de emendar-nos assim:

"Ponham-me a cruz no princípio...E a luz da estrela no fim!


O trágico dilema (Caderno H)

Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.


quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Mário Quintana: A cor do invisível.

Li este livro durante minha viagem a Curitiba. Peguei emprestado no restaurante 'Quintana' por lá. E agora que terminei, preciso devolver pelos correios. rs

Segue algumas das poesias mais lindas que encontrei:


O visitante

O seu olhar imensamente verde ilumina o meu quarto


O trovador

Ah! uma canção de nina-nina
que tu ouvisses de olhos fechados...
Mas os meus poemas enlouqueceram
- me dizem coisas que eu nem sabia...
Dizem coisas que te fazem mal,
meu pobre amor!

Mesmo que nunca falem em dor
- a dor, enfim, é tão vulgar -
têm uma trágica poesia...
Ainda que nunca falem em dor
- por que aprofundam o teu olhar
como o de alguém que vão matar?

Se tu soubesses quanto eu queria,
queria apenas te embalar,
acalentar-te com o meu calor...
Mas dos meus dedos brotam signos...
Fórmulas mágicas dançam no ar...
Oh! se as pudesses esconjurar
com teu amor!

Eu trocaria todo o meu Reino
e mais as minas de Trebizonda
- Toda, toda esta magia
ou seja lá o que for -
por uma simples canção
que tu ouvisses como quem sonha,
os mansos olhos fechando
de puro amor...


Um retrato

Seus olhos grandes, redondos e pretos
Tempos depois ainda ficavam pregados na gente
Como botões...


Hoje é outro dia

Quando abro cada manhã a janela do meu quarto
É como se abrisse o mesmo livro
Numa página nova...



E suspirando, reiniciei meu contato com a poesia...


Tudo o que é Sólido pode Derreter - Episódio 3


Eita... que desnaturada essa menina.

Estava em Curitiba e não postei na segunda-feira o novo episódio da série mais linda: Tudo o que é Sólido Pode Derreter

O episódio 'Os Lusíadas', de Luis Vaz de Camões, é lindíssimo! E não se enganem... super divertido. Um dos mais animados! Já que Thereza percorre o centro de SP todo a pé, atrás do 'GASTA' Tempo, rs, em busca de sua identidade.

Roteiro LINDO de Rafael Gomes e direção do próprio. Pra mim, este episódio é o segundo melhor da série. Mas isto é só a minha opinião... assistam e comprovem!

ps: Faço uma pontinha neste episódio como assistente de direção! Coincidência, não? rs Acho que quem reconhecer é pelo o meu figurino, blusinha tão usada por mim... fora isso, a equipe em peso aparece! Delícia.

Beijos!


O mundo está DEVAGAR.



Sabem o que eu descobri?
Não sou eu que estou acelerada. O mundo é que está DEVAGAR, me desculpem.

Com tantos problemas no mundo, des-igual-dade ABSURDA, mendigos nas ruas, TRÂNSITO CAÓTICO, corrupção, poluição e ninguém faz NADA. Puta que pariu!!!!

Todo mundo se faz de João sem braço, como se tudo isso não fizesse respeito a ninguém.

CHEGA. CANSEI! Passei 1h na Marginal hoje, das 16h às 17h, pensa! Tinha acabado de chegar de Curitiba, onde assisti a cidade levar a segunda-feira de maneira bem tranquila e organizada. O que se passa com essa cidade? São Paulo está SUPER LOTADA. Não sei se alguém reparou...

Depois ainda peguei mais meia hora pra ir de táxi até a minha casa. Sabe... por que não colocaram o rodízio pra dois dias por semana? Duas placas por dia? E não apenas 3h cedo e 3h a tardinha... tem que ser o dia TODO. Não adianta. Infelizmente.

Puta que pariu! Aviso: NÃO É NORMAL, paulistanada. Acostumar com esse trânsito é insanidade.

E por que ninguém faz nada?! Todo mundo sai de carro, mesmo assim... não importa o trânsito que pegue. Todo mundo compra mais carros, mesmo tendo já algum na família. Isso não está certo. Não em uma cidade como São Paulo.

São Paulo está me irritando, com força. Esta poluição, que ninguém faz nada a respeito, e este trânsito ABSURDO... puta que pariu.

Quero mais é Recife, Olinda, Curitiba... adoro São Paulo, mas está ficando difícil de conviver. Ou eu mudo, ou a cidade muda.


terça-feira, 24 de novembro de 2009

Vik Muniz.


Gênio! Gênio, gênio.
Eu fiquei espantada com a exposição do Vik Muniz no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba!
Esta exposição já esteve no Rio e em SP, e eu infelizmente tinha perdido as duas oportunidades de ver de perto estas obras de arte.

Sorte a minha, que o destino me reservou chegar em Curitiba bem na data em que se iniciava a exposição por aqui. E meu querido amigo Ricardo, ainda mora há poucas quadras do Museu, veja só.

Enfim, sem mais delongas... mostro um pouco do trabalho deste gênio!









Amo esta foto. Chama Auto-retrato, estou muito triste para te contar. Lindo DEMAIS:


Esta não estava na exposição. Achei na internet.



Mas foi quando olhei para este quadro, que chorei! Não tem como... é lindo demais.

São dois quadros baseados nos 'originais' do Monet. E eu vi as quatro telas originais do Monet em Paris! Se não me engano, no incrível Musée d'Orsay.

E nestas duas telas... o Vik consegue fazer algo INCRÍVEL! Ele usa toda a técnica do Monet. Quando você se aproxima da tela, parece borrão, não dá pra entender... quando se afasta da tela, ali está a obra-prima!

LINDO DEMAIS.



Transcrevo aqui a frase que me emocionou pela segunda vez durante a minha visita de 3 horas pela exposição:

"Acredito que nem todas as pessoas sejam artistas, mas todas que desejarem ser possuem tudo o que o mundo tem a oferecer para que um dia, elas se tornem. Se eu pude, qualquer um pode."
Vik Muniz

E está dado o recado. Meu ídolo. Pirei MUITO para o trabalho dele, a pessoa que ele é, tudo.
Aproveitem, beijos!


Beggin'!

Durante a Mostra, pude me deliciar a cada sessão que eu apresentava com a propaganda da Adidas.

Sei que é propaganda, e pela essência, já é péssimo. Porém, esta consegue me fazer querer assistir muitas, muitas, muitas vezes!

A música é GENIAL, delícia de ouvir... e o clipe-propaganda consegue divertir muito! Muito bem feito.




E graças a Marcos Pacheco, às 8h50 da manhã rs, pude relembrar o nome do cantor: Frankie Valli, baby!

E de presente, ele ainda me mandou esse clipe LINDO. Achei muito foda! Bem feito e com esse estilo anos 60 que ficou bem sexy:

sábado, 21 de novembro de 2009

Inside me grows a man.




Masterswarm

come what may
lay your eggs where it's warm
we come here to swarm
come by sea
swarm like smoke in the dawn
we were the young
we were the swarm

radiolarians
midges and moths
cut from a cloth
we were the young
we were the swarm

flailing fetal fleas
feeding from the arms of the master
burrow into me
and this is sure to misspell disaster
Oh and the young in the larval stage
orchestrating plays
in vestments of translucent alabaster

so they took me to the hospital
they put my body through a scan
what they saw there would impress them all
for inside me grows a man

who speaks with perfect diction
as he orders my eviction
as he acts with more conviction
than I

oh, burrow into me
this is sure to misspell disaster
oh, burrow into me
you're feeding from the arms of the master

we were the young
we were the swarm
we were the young
radiolarians

we were the young
we were the swarm
we were the young
radiolarians

we were the young
we were the swarm
we were the young
radiolarians

come what may
come what may
come


quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Cansei de ser trouxa.



Conquistas quebradas, e de propósito: http://www.youtube.com/watch?v=OzL7CEw4b9I

ps: Nicole Kidman ARRASA.

Infinito ao Meu Redor.


Comprei este DVD+CD ontem... e estou muito feliz com a aquisição!

Obrigada Rafa Gomes e Ju Vasconcelos... nunca tinha escutado 'Pedindo pra Voltar', mas vocês cantavam tanto no set de 'Tudo o que é Sólido' que acabei indo em busca da música há um tempo atrás e adorei.

(Thiago, olha como parece o estilo 'espanhol' que você parece gostar...)




E ouvindo o CD todo ontem só pude ter a certeza... é bom do início ao fim! Por que ninguém nunca me falou isso antes?

Segue uma apresentação de Universo ao Meu Redor.

Aproveitem. Beijos!


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Welcome back to the world. Grab a Spoon!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Acabou chorare...

Faz zum-zum e pronto...


Mais versões de 'Acabou chorare' lindas...


Quem feriu meu coração.


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Tudo o que é Sólido pode Derreter - Episódio 2

Os Sermões, de Padre Antonio Vieira.



Thereza está toda confusa, e até patética. Sente falta da 'repressão' dos pais. Começa a questionar sobre isto após ler 'Os Sermões' na escola. Passa a ser amiga de Marcos. De uma maneira linda, linda.

Tem o episódio completo no YouTube e também no site oficial da série mais bonita do Brasil:

Direção de Rafael Gomes. Roteiro do incrível Marco Dutra.
Assistam e comentem! ;)

Beijos.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Uma carta para Theo Angelopoulos.


(em breve, texto em Francês.)


Theo,

Muito obrigada pelos seus filmes. Não sei nem como agradecer a honra de ter assistido suas obras-primas no cinema na Mostra Internacional de São Paulo. Muito obrigada por ter feito 'Um Olhar a Cada Dia'! Pra mim, é o MELHOR filme que já assisti na vida, o mais lindo de todos. O mais emocionante, o que mais me fez chorar de uma maneira desesperadora. Um filme que me trouxe respostas não só para o Cinema que pretendo dirigir um dia, mas para a vida.

Seu filme fala sobre quase tudo. Pelo menos as coisas mais importantes. Sobre a morte, o amor, o perdão e tantas, tantas outras coisas que são caras a mim. Obrigada, mais uma vez.

Tive a honra de te conhecer pessoalmente durante a Mostra. Não sei se você se lembra, ali no lobby do Hotel Renaissance. O Ernesto, também da equipe do Receptivo da Mostra, que estava cuidando pessoalmente de você e de sua esposa, me apresentou a vocês.

Naquela manhã, o Ernesto me ligou dizendo que precisava de uma caixa de plástico, estilo aquelas que usamos em produção, para dar para sua esposa, que estava com um problema de espaço na mala. Fui prontamente comprar a caixa para entregar para o Ernesto. Assim que o encontrei, entreguei a caixa e pedi muito encarecidamente, que ele me apresentasse a você. Pelo menos pra eu ver o seu rosto, pelo menos pra dizer oi.

Cheguei ao lobby e lá estavam vocês dois sentados. Eu perguntei para o Ernesto quais linguas vocês costumavam falar. Ele me disse que francês e imagino que grego, claro. Cheguei lá, ele me introduziu e eu disse um tímido 'Bonjour', seguido de 'Ça va?'. Você muito simpático, respondeu cordialmente. Logo em seguida me despedi com meu simples 'Au Revoir', para não atrapalhá-los mais. Foi um momento incrível pra mim, apesar de não ter parecido.

Fico pensando no 'destino', no 'acaso', se é que eu acredito nisto. Sabe que meu amigo, Tiago VC, assistente de direção de cinema como eu, que me indicou o primeiro filme seu que assisti: A Eternidade e Um Dia. E sabe o que é pior? Isto foi apenas algumas semanas antes da Mostra!

Passei esses anos todos ouvindo sobre 'Theo Angelopoulos', sabendo que era um diretor grego incrível, mas pelo o acaso das locadoras de vídeo e dvd da minha vida, nunca chegaram nas minhas mãos um filme de tão genial diretor. Mesmo eu sabendo que era genial, mesmo eu sabendo que um dia eu PRECISAVA assistir.

E quando eu digo precisava, eu me refiro literalmente a isso. Porque eu sou uma cinéfila um pouco compulsiva, admito. Ia nas locadoras e pegava com meu ex-namorado (que acabou virando compulsivo também) uns 15 dvds de uma vez. E todos de catálogo. Buñuel, Kubrick, Godard, Truffaut, Antonioni, Fellini, Woody Allen, Monicelli, Michael Haneke, Lars Von Trier, Thomas Vinteberg, Tomás Gutierrez Alea, Tarkovsky, Tarantino, Kieslowski, Bergman, Almodóvar, Kurosawa, Fernando Meirelles, Jorge Furtado, José Eduardo Belmonte, Salles, Lucrecia Martel, Claude Lelouch, Welles, Wenders... e assim por diante.

Fico angustiada e maravilhada com o tanto de filmes que existem no mundo. Tenho vontade de assistir todos...

E assim, depois de anos acreditando que 'O Anjo Exterminador' era o melhor filme do mundo, seguido de 'Laranja Mecânica' e '2001', e depois 'O Discreto Charme da Burguesia', fiquei espantada quando comecei a reavaliar todos os meus conceitos sobre Cinema.

Durante o seu filme 'Um Olhar a Cada Dia', chorei três vezes. E não costumo chorar tanto em filmes... não normalmente. Chorei a primeira vez, na cena em que o protagonista pergunta para a mulher (me desculpe, não me lembro o nome dos personagens) sobre os rolos de filmes. Ela diz que não se sabe, etc. E pergunta por que ele está indo pra Bucareste. Ele, começa a responder, mas não a esta pergunta. Começa a contar uma história. E já notei isto nos seus dois filmes, no A 'Eternidade e Um Dia' também acontece isto. A filha faz uma pergunta para o pai, e ele responde com a história do torneio de tênis. LINDÍSSIMO.

Voltando para 'Um Olhar a Cada Dia'. Ele ao invés de respondê-la, começa a contar sobre o busto de Apolo, que foi descoberto por uma oliveira (não me recordo se era isto mesmo) que caiu com o vento. Ao aproximar do busto, passando por leões e tantas outras coisas, ele fica fascinado. E enquanto ele fala, ela começa a caminhar ao lado do trem, porque o trem dá a partida. E ela interessada nos detalhes da história, cada vez caminha mais rápido para acompanhar o trem e a história. Cena lindíssima, que termina depois de pausas lindas e dramáticas, com um beijo APAIXONADO. Ela se apaixona naquele instante por ele... lindo.

Logo, tem a cena em que ele começa a chorar. Ela pergunta o por quê de ele estar chorando. Ele diz 'é porque eu não posso te amar'. E ela fica triste, e eles se separam.

Mas pra mim, a cena MAIS DESESPERADORA e LINDA, claro, de todas é a que ele chega em uma casa meio em ruínas e há uma mulher. Ela grita. 'Vaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaania'. 'Vaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaania'. É triste! Você percebe que esse tal 'Vania' que ela grita, com certeza morreu, pela dor que ela grita.

Depois, ela entrega umas roupas para o protagonista vestir. Ele se despe por completo em cena. Fica nu. Pausas dramáticas lindíssimas. E veste a roupa. Em seguida, ela começa a beijá-lo. Eles vão para a cama, e ela continua a beijá-lo. Até que pelo olhar (que atuação!) dele, percebemos que ele gosta dela... e ela o beija e começa a dizer em voz alta 'Vania, Vania...'. E ele aceita, e a aceita...

Pra mim, esta cena é de uma nobreza absurda. Não tenho palavras pra dizer o que senti quando assisti... quis sair do cinema, fiquei desesperada. Chorava, muito. Eu, aos prantos, sem saber o que fazer. Estava assistindo o filme sozinha no bar do Cinesesc. E é um cinema incrível, com uma tela enorme. Foi a melhor experiência da minha vida.

E este filme me surpreendeu, porque ele fala de tantas, tantas coisas. Inclusive sobre a Guerra. Ele fala da parte humana, das dores que a Guerra traz. Pra mim, é o melhor filme sobre a Guerra. Como ninguém nunca falou isso antes pra mim?!

Fora a maneira inteligente que o filme é conduzido, sua direção é refinada, pensada, detalhada, sensível. Fiquei admirada! A cena do 'Feliz 1945' é linda, linda.

E sabe o que é mais curioso? Durante o filme, na cena em que ele entra no navio, barco, com a cabeça e o corpo gigante de Lenin cruzando o Danúbio... eu fiquei me perguntando 'Em qual filme já vi isso?'. Tinha certeza que já havia visto esta cena.

Pensei, pensei... até que me lembrei! Foi exatamente neste filme. Eu já tinha assistido o filme!!!
Uma semana antes da Mostra, após ter assistido 'A Eternidade e Um Dia' e ter adorado, pedi pela internet (hoje em dia alugo filmes pela internet, e assim posso ficar o quanto quiser com o dvd) o 'Um Olhar a Cada Dia'.

Só que eu estava em uma fase meio ruim antes da Mostra, desanimada. E coloquei o seu filme pra assistir aqui em casa, sozinha, a tarde, e acabei adormecendo em grande parte do filme!

Mas as cenas iniciais do filme e esta do Lenin, eu me lembrava bem.

E qual foi a coincidência... antes de ontem, esquecendo de tudo isso (pois já faz tempo que este momento aconteceu, foi antes da Mostra), fui olhar quais filmes desta locadora estão na minha casa. Fui checar pra poder ver se já tinha assistido e poder devolver e pegar novos. Quando olho e vejo 'Um Olhar a Cada Dia'!!!!! Fiquei arrepiada. Não imaginava que ele estivesse aqui. E comprei 2 cópias neste mesmo dia!

Enfim, sincronicidades do mundo. Acasos, destinos. Só o que sei é que me indicaram o primeiro filme seu que assisti, depois disso, foi só alegria e surpresas boas. Te conhecer foi uma honra. Ainda mais depois de ver o mais belo filme...

O que teria acontecido se eu tivesse assistindo com atenção 'Um Olhar a Cada Dia' antes da Mostra? Acho que eu teria sido mais dedicada, mais atenciosa com a preciosidade de ter Theo Angelopoulos por perto.

Provavelmente teria confiado mais no meu francês, que estudei um ano. Provavelmente teria me arriscado a conversar nem que fosse cinco frases com você. Nem que fosse pra dizer pessoalmente, que o seu filme é uma inspiração MÁXIMA pra mim.

Obrigada, Theo. Muito obrigada!
Muito, muito obrigada.

Desculpe-me se esta carta ficou um 'pouco' extensa. Desculpe-me se a minha admiração parece exagerada... mas garanto que tudo o que eu disse aqui, estou sentindo no fundo da minha alma.

Espero conseguir algum contato para você ler tudo isto. Seria o maior presente pra mim...

Com carinho e muito, muito respeito,


Tarsila


quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Um encontro com Felipe nos Correios.


Gente, cada coisa que acontece na vida.
Ontem aconteceu uma coisa que poderia não ser nada demais. Mas meu coração e minha intuição estão me dizendo que foi bem mais do que eu imagino...

Ontem foi um dia INTENSO. Aconteceram muitas, muitas coisas. Tanto no lado pessoal, quanto no Cinema. Viu Claudinha, logo tudo se arranja! ;)

Enfim. Estava eu a mandar o banner do Síndrome de Pinocchio (http://www.youtube.com/watch?v=Fa1S1BiEPD8) pelo Correio para o Thiago Moyses, e estava uma fila enorme. Eu toda desengonçada, com o banner e um pôster da Mostra na mão, um kebab numa sacolinha pra almoçar dentro do cinema e uma garrafa de suco de tangerina na outra. Fora a bolsa cheia de coisa.

Até que olho para trás e vejo um 'jovem' interessante. Descobri mais tarde que ele se chama Felipe, e trabalha como office-boy. (Felipe, como prometi, aqui vai o curta da Tata Amaral: http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=1415). Fiquei olhando pra ele, pensando em puxar conversa. Mas sou muito tímida e fiquei com medo de fazer papel de ridícula.

Quando estava quase, quase na minha vez, tomei coragem e falei do blog. Ele se mostrou super interessado na hora, todo fofo. Falei que era um blog sobre música, cinema, etc, e que adoraria se ele entrasse pra dar uma olhada. Começamos a falar de Cinema. Ele disse que adorou Se eu Fosse Você 2. Eu ainda não vi.

Disse também que 'infelizmente, trabalho como office-boy'. Eu o convidei pra assistir as sessões dos filmes da Mostra daquela quarta-feira. Disse que tinha ingressos para o filme. O que era mentira. Eu entro de graça por ter trabalhado na Mostra, mas se ele fosse mesmo, eu teria que comprar o ingresso dele.

Ele super animou, mas disse que estava trabalhando... pena que ele não foi ver Um Olhar a Cada Dia, do Theo Angelopoulous. O filme mais LINDO, mais incrível, mais maravilhoso. Gente, como passei tanto tempo sem ver esse filme?? No meio do filme, ele virou o meu TOP5 melhores filmes da vida.

Quando terminou, eu não tinha mais forças! Tava com falta de ar. Parece drama, mas não é. Talvez um pouco! rs Chorei três vezes durante o filme. Descrevi descendo a Augusta, as cenas que chorei pra Claudinha e ela pirou. É de arrepiar.

Assistam pelamor de DEUS! Quem quiser, faço cópia (Me desculpe, Theo, mas esse filme precisa ser assistido por todos neste mundo) ou faço sessão aqui em casa. Este filme é TOP 1, meu DEUS. Topo ver e rever, e rever, e rever... mas haja coração. Tenho medo de um descompasso qualquer hora...

Enfim, gente. Concluindo meu encontro com o Felipe... acho que ainda vamos nos falar muito. Acho que ainda vão escutar muito falar nesse menino, que já foi chamado pra ser modelo e recusou. Moço que eu disse ter pinta de ator. Ator ele topa. Enfim. O futuro dirá.

E o acaso? E se eu não estivesse naquela fila, naquele momento? E se eu não tivesse passado no Kebabel pra ver a Claudinha antes? E se eu não tivesse pedido o kebab pra viagem? E se eu não tivesse encontrado a Nina no escritório da Mostra e pedido um pôster? E se eu não tivesse decidido ir nos Correios da Haddock Lobo, ao invés da Matias Aires, que é bem mais perto da minha casa? E se eu tivesse andado mais rápido ou mais devagar, quem teria entrado atrás de mim na fila dos Correios?

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Muita coisa.

Gente, confesso que não ando conseguindo postar na velocidade do pensamento! rs

Quero fazer uma crítica de Dzi Croquettes (filme sensacional!!!), Pixo, Abraço Corporativo, Os Famosos e os Duendes da Morte, Zero, Ainda Adoráveis (Still Lovely), O Inferno de Clouzot, mas tá difícil... fora o Faces da Fronteira (Faces of the Frontier) que ganhei uma cópia de presente e nem consegui ver ainda... e o Síndrome de Pinocchio, do Thiago Moyses.

Fora isso, prometi fazer as críticas dos filmes em inglês também, para os convidados da Mostra poderem ler... tá difícil.

E ainda, crítica do EXCELENTE restaurante Zena Caffé.

Vou me esforçar, enfim.
Beijos pra todos!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Fiona Apple.


Gênia, Gênia, Gênia!
Só isso que tenho a dizer. Pra quem gosta de qualquer estilo musical... impossível não amar!

Paper Bag:

Meu vídeo FAVORITO. Paul Thomas Anderson, mandou bem! ;)
(a incorporação do vídeo foi desativado pelo proprietário)

Criminal:

Vídeo safado. E bem feito! E música foda também. Fiona foi criticada na época pelas invejosas...
(a incorporação do vídeo foi desativado pelo proprietário)

Fast As You Can:

Clipe genial. Foi daí que o Fred aprendeu, depois que contei o segredo da Fiona:



Get Gone, música PARA CORTAR OS PULSOS, Rafa Gomes:



A Música na íntegra.



Why Try to Change me Now? Minha mais nova música preferida da Fiona. Depois de Paper Bag, sempre:



Across The Universe. Me desculpem os Beatles, mas...
Clipe muito, muito lindo. Valeu Paul Thomas Anderson!



I WANT You. FODA. Pra variar, a ninja do POP, Graz Pereira, me apresentou!



Never is a Promise:

Uma música que não sou tão fã assim, mas claro que adoro. Coloquei por ser a preferida de algumas pessoas.


I Walk a Little Faster, Descobri hoje, acreditam?
Acho que é regravação, mas é linda:



Limp:

A música preferida da OKA.


Shadowboxer:

'Once my lover, now my friend... what a cruel thing to pretend.' Pra cortar os pulsos, Rafa Gomes.


After You've Gone, música fofinha:


E pra encerrar, as músicas que mais escutei em 2004...

The Child is Gone:



Slow Like Honey:



Carrion:



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