Sempre em movimento...
Li uma coluna que falava sobre Tião Nicomedes. Um homem que tinha uma vida comum e que de repente, com um acidente, perdeu tudo e se tornou morador de rua. Nem seus amigos, nem familiares, nem a mulher com quem vivia o procurou...
E em seguida, ele começou a escrever. Os questionamentos dele, após uma solidão absoluta, se tornou um monólogo. "Estou sempre em movimento", ele diz. “O que é cidade de origem pra quem não tem mais para onde ir?"
E a colunista Eliane Brum, continua: "Porque toda volta é uma ilusão. Não há como voltar, o que pode existir é uma outra história, com um outro eu, com um outro que também já é outro. Não existe reencontro, só encontro. Não existe volta, só chegada. De certo modo, somos sempre estrangeiros ao nosso ontem."
Achei isso incrível!
A coluna ressalta também a displicência das políticas públicas sobre os moradores de rua, e que nos faz pensar até na nossa. É impressionante como olhamos para alguém na rua, ali deitado, como se aquela pessoa não nos dissesse nada a respeito. Uma matéria que faz refletir, tanto o lado literal quanto simbolicamente.
Pra quem se interessou: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI73276-15230,00-O+HOMEM+SEM+PAIS.html