sábado, 12 de dezembro de 2009

Fim de Espetáculo, uma auto-análise



Caramba, é engraçado rever uma coisa que realizamos há 3 anos atrás. Como mudamos, amadurecemos neste tempo...

Revendo hoje sinto carinho pelo filme! Engraçado... quando o fiz em 2006 pela AIC, senti muito orgulho na época. Foi rodado em 16mm, a equipe principal e praticamente única era só eu, Alessandro (produção), Vivian (arte), Lincoln (foto) e Julia (edição e som).

Eu não tive assistente de direção e muito menos continuista. Foi foda. E ninguém da equipe tinha assistentes... Fora isto, filmamos em 1 dia e meio. A primeira cena de estúdio no primeiro dia. Em algumas horinhas. E a segunda cena no camarim em uma diária noturna. Tudo na própria AIC.

Pensa a delícia de trabalhar o dia todo (no caso do restante da equipe) e ir direto filmar e ficar até às 6 da manhã filmando... e claro, ir trabalhar de novo praticamente direto. Pense... enfim. Acho que pelo que tínhamos em mão, pela pouca ou nada experiência que tínhamos, por não ter assistentes, por não ter dinheiro e por não ter condições boas de trabalho, acho que o filme ficou excelente!

Ele foi todo muito bem pensado. O roteiro é do Alexandro de Biasi, não era meu. A partir do roteiro fiz umas modificações nele, com o aval do Alex. Mudei o final e tudo, achei a versão inicial um pouco piegas. Queria deixar a dúvida da morte do palhaço até o fim, afinal, era com isto que ele brincava o tempo todo.

A direção de arte é linda, toda feita pela Vivian Carvalho. Ela mandou muito bem! Fizemos pesquisa eu, ela e Ale da produção, em circo. O figurino veio dos Parlapatões. O resto, ela se virou com o que tinha e com a pouca grana, ou nada, que podíamos gastar. O camarim era COMPLETAMENTE branco e ela fez esta gracinha de camarim pra gente. Sempre trabalhando comigo qual seria a cor do filme, o estilo do camarim e que palhaço era este.

A foto ficou bacana também e dei liberdade para o Lincoln criar em cima. Até porque éramos todos aprendizes ali e tínhamos que aprender juntos. Só passava pra ele como seria o enquadramento, mas ele sempre dava sugestões e criava com o que tínhamos.

O plano mais lindo do filme foi sugestão do roteirista. Ele pensou no plano quando escreveu o filme. Não sei se ele pensava com a cabeça 'cortada' do palhaço, mas eu adorei assim. Fico triste um pouco que pelo tempo que tínhamos e grana, o chão e outros detalhes não estão perfeitinhos e tal, dá pra ver que é contact, etc. Mas isto tudo é pequeno perto do trabalho final!

Fora isto, os planos e a atuação no filme foram muito trabalhados. O César Ferraz era ator de teatro e aprendiz, na época. Ele tinha essa sobrecarga emocional que ora ajudava ora atrapalhava um pouco. Ensaiamos um pouco e falei pra ele cada momento o que queria. Ou seja, quando o palhaço fazia roleta russa ele estava frio e concentrado. Quando o disparo não se realizava, com o alívio, ele sorria. Mas assim que ele olhava para o espelho e se dava conta de sua existência e vida como palhaço, ele lembrava de sua tristeza, chorava... e logo criava forças para a próxima tentativa de suicídio. E assim sucessivamente. Isto está claro tanto na atuação quanto nos planos escolhidos, ora no palhaço, ora no espelho.

Enfim... acho que hoje posso dizer que tenho orgulho sim de ter feito este curtinha. Na época fiquei chateada por não entrou em nenhum festival, só em 2007 que me convidaram para exibi-lo na Mostra do Audiovisual Paulista.

Fiquei surpresa e tal, mas acredito que eles convidavam todos os curtas que tinham se inscrito no Festival de Curtas de SP e que eram em São Paulo. Fiquei feliz. Foi exibido e a Marcela Lordy (que era 1ª assistente de direção do Se Nada Mais der Certo) estava com um filme no festival também. O clipe do Ortinho, que colocarei no final deste post. Acho lindo!

Ela me pediu pra ver o meu curta, mas eu fiquei com vergonha e acabei não mostrando. Tinha vergonha das descontinuidades do filme, de maquiagem e tal. Mas é tudo uma bobagem! Hoje me sinto confiante pra afirmar que fiz o melhor que eu podia ter feito na época! Aliás, com bastante referências de circo, do filme Chicago, principalmente, e até Clube da Luta.

Ta aí no mundo, pra quem quiser ver.
Beijos!




1 Comentários:

Às 24 de dezembro de 2009 às 18:08 , Blogger Cesar disse...

Saudades daquela época. Foi muito bom atuar neste curta. Sucesso Tarsila!

 

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